segunda-feira, 11 de julho de 2016

Pelas noites azuis

"Pelas noites azuis de verão, irei em atalhos sob a lua,
Picotado pelos trigos, pisar a grama pequena:
Sonhador, sentirei nos pés o frescor que acena.
Deixarei o vento banhar minha cabeça nua.

Não falarei, não pensarei em nada sequer:
Mas me subirá na alma o amor soberano,
E irei longe, bem longe, feito um cigano,
Pela Natureza – feliz como se estivesse com uma mulher."

Arthur Rimbaud (1854-1891). Poemas escolhidos. São Paulo: Martin Claret, 2002, p. 49

Nenhum comentário: