sexta-feira, 22 de maio de 2015

Partir

"Ah, seja como for, seja por onde for, partir!
Largar por aí fora, pelas ondas, pelo perigo, pelo mar,
Ir para Longe, ir para Fora, para a Distância Abstrata,
Indefinidamente, pelas noites misteriosas e fundas,
Levado, como a poeira, plos ventos, plos vendavais!
Ir, ir, ir, ir de vez!
Todo o meu sangue raiva por asas!
Todo o meu corpo atira-se pra frente!
Galgo pla minha imaginação fora em torrentes!
Atropelo-me, rujo, precipito-me!...
Estoiram em espuma as minhas ânsias
E a minha carne é uma onda dando de encontro a rochedos!"


Fernando Pessoa (1888-1935). Poemas escolhidos. São Paulo: Klick Editora, p. 93

Nada a temer

"O pássaro medieval passa da obscuridade à luz da sala de banquete, depois de novo às trevas. Um dos argumentos oh-tão-razoáveis contra a ansiedade em relação à morte é: se não tememos nem odiamos a eternidade que precedeu nosso breve mas claro momento de vida, por que deveríamos abominar a segunda eternidade de trevas? Porque, claro, durante a primeira, o universo – ou pelo menos uma muito, muito insignificante parte do cosmos – evoluiu de maneira a permitir a criação de alguma coisa de incontestavelmente interessante que, por meio de mutações genéticas, e através de uma sucessão de ancestrais simiescos rosnando enquanto manejavam instrumentos primitivos, finalmente chegou às três gerações de professores que produziram o que parece ser... eu. De modo que esta obscuridade tinha alguma razão de ser – pelo menos do meu ponto de vista egocêntrico; enquanto o segundo período de trevas definitivas é absolutamente indefensável." 

["L'oiseau médiéval passe de l'obscurité à la lumière de la salle de banquet, puis de nouveau aux ténèbres. Un des arguments oh-si-raisonnables contre l'anxiété de la mort est: si on ne craint et ne hait pas l'éternité qui a précédé notre bref mais clair moment de vie, pourquoi devrait-on abhorrer la seconde éternité de ténèbres? Parce que, bien sûr, pendant la première, l'univers – ou du moins, une très, très insignifiante partie du cosmos – a évolué de façon à permettre la création de quelque chose d'incontestablement intéressant qui, à force de mutations génétiques, et à travers une succession d'ancêtres simiesques maniant des outils primitifs en grognant, a finalement abouti aux trois générations de maîtres d'école et de professeurs qui ont produit ce qui se trouve être... moi. De sorte que cette obscurité-là avait quelque raison d'être – du moins, de mon point de vue égocentrique; tandis que la seconde période de ténèbres définitives est absolument indéfensable."]

Julian Barnes. Rien à craindre. Paris: Mercure de France (folio), 2009, p. 188

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Os maiores valores

"Os maiores valores e ganhos são os mais difíceis de ser apreciados. Não raro chegamos a duvidar que existam. Logo os esquecemos. Eles são a mais alta realidade. Talvez os fatos mais assombrosos e mais reais nunca sejam comunicados de homem a homem. A verdadeira colheita de minha vida diária é intangível e indescritível como as cores da manhã ou do anoitecer. É um pouco de poeira das estrelas que eu apanho, um pedaço do arco-íris que eu colho."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 209

Notas de flauta

"O roceiro sentou à sua porta num anoitecer de setembro, depois de um dia de dura faina, a mente ainda às voltas com o trabalho. Depois de tomar banho, sentou-se pra recrear e recriar seu homem intelectual. Era uma noite bastante fria, e alguns vizinhos previam uma geada. Pouco depois de se entregar ao fio de seus pensamentos, ele ouviu alguém tocando uma flauta, e aquele som se harmonizava com seu estado de espírito. Ainda pensava no trabalho; mas o que lhe pesava era que, embora esse pensamento continuasse a lhe girar na mente e ele se visse planejando e programando contra sua vontade, ainda assim aquilo pouco lhe interessava. Era apenas a descamação de sua pele, que estava se soltando continuamente. Mas as notas da flauta lhe chegavam aos ouvidos vindas de uma outra esfera, diferente de onde ele trabalhava e sugeriam trabalho para certas faculdades adormecidas dentro dele."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 213-14

Goza a terra


"Vai, vai pescar e caçar todos os dias ao derredor – e ao redor do derredor – e descansa sem receio junto aos riachos e às lareiras. Lembra teu Criador enquanto és jovem. Levanta-te despreocupado antes do alvorecer, e vai em busca de aventuras. Que o meio-dia te encontre em outros lagos, e que seja lar onde quer que a noite te surpreenda. Não existem campos mais vastos a percorrer nem jogos mais importantes a jogar. Cresce agreste de acordo com tua natureza, como aqueles juncos e samambaias que nunca se tornarão feno. (...) Que teu sustento não te seja profissão, e sim esporte. Goza a terra, não sejas o dono dela. É por falta de iniciativa e de fé que estão os homens onde estão, comprando e vendendo, gastando a vida como servos."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 200

Foto: Lago Walden (Concord, Massachusetts), em novembro

E assim escrevo...

"Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
Mas um animal humano que a Natureza produziu.

E assim escrevo, querendo sentir a Natureza, nem sequer como um homem,
Mas como quem sente a Natureza, e mais nada.
E assim escrevo, ora bem, ora mal,
Ora acertando com o que quero dizer, ora errando,
Caindo aqui, levantando-me acolá,
Mas indo sempre no meu caminho como um cego teimoso."

Fernando Pessoa (1888-1935). Poemas escolhidos. São Paulo: Klick Editora, p. 43

Manhãs de primavera

"Ah! entrei naquelas várzeas em muitas manhãs inaugurais de primavera, saltando de uma saliência a outra, de uma raiz de salgueiro a outra, quando o agreste vale ribeirinho e os bosques estavam banhados numa luz tão pura e brilhante que despertaria os mortos, se estivessem adormecidos em seus túmulos, como supõem alguns. Não é necessária nenhuma prova mais sólida da imortalidade. Todas as coisas devem viver a uma tal luz. Onde estava, ó Morte, teu aguilhão? Onde estava, ó Túmulo, tua vitória então?"

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 300

Um outro toque


"Se um homem não mantém o passo com seus companheiros, talvez seja porque ouve um outro toque de tambor. Ele que acompanhe a música que ouve, por mais marcada ou distante que seja. Não importa que amadureça ao tempo de uma macieira ou de um carvalho."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 307

Meus vizinhos

"Meus vizinhos me contam suas aventuras com damas e cavalheiros famosos, as personalidades que encontraram à mesa de jantar; mas essas coisas me interessam tanto quanto o conteúdo do Daily Times. Os interesses e as conversas giram principalmente em torno das roupas e das maneiras; mas um ganso é sempre um ganso, prepare-se-o como quiser. Eles que falam da Califórnia e do Texas, da Inglaterra e das Índias, do Exmo. Sr. ____ da Geórgia ou de Massachusetts, todos eles fenômenos fugazes e transitórios, até que me preparo para saltar e fugir dali como o bei mameluco. Tenho prazer em seguir meus rumos – não desfilar com pompa e ostentação, num local em evidência, mas andar junto com o Construtor do universo, se puder –; não viver neste Século XIX agitado, nervoso, alvoroçado, trivial, mas me postar ou me sentar pensativamente enquanto ele passa."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 311

Deem-me a verdade

"Mais do que o amor, do que o dinheiro, do que a fama, deem-me a verdade. Sentei a uma mesa onde havia ricos pratos, vinho em abundância e serviço obsequioso, mas não havia sinceridade nem verdade; e saí com fome daquela mesa pouco hospitaleira. A hospitalidade era fria como gelo. Pareceu-me que não precisariam de gelo para se congelar. Falaram-me sobre a idade do vinho e a fama da safra; mas eu pensava num vinho mais velho, mais novo e mais puro, de uma safra mais gloriosa, que eles não tinham e não poderiam comprar. (...) Havia um homem em minha vizinhança que vivia no oco de uma árvore. Suas maneiras eram realmente régias. Mais valeria que eu tivesse ido visitá-lo."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 312

sábado, 9 de maio de 2015

Simplicidade


"É bom que um homem se vista com tanta simplicidade que pode tocar em si mesmo no escuro, e que viva sob todos os aspectos de forma tão despojada e pronta que, se um inimigo tomar a cidade, ele pode, como o velho filósofo, sair pelo portão com as mãos vazias, sem nenhuma preocupação."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 36

Viver

"Essa coisa de gastar a melhor parte da vida ganhando dinheiro para gozar uma duvidosa liberdade em sua parte menos valiosa me faz lembrar aquele inglês que primeiro foi à Índia fazer fortuna para poder depois voltar à Inglaterra e levar uma vida de poeta. 'Mas como!', exclama um milhão de irlandeses erguendo-se de todos os barracos na terra, 'essa ferrovia que a gente construiu não é boa?'. Sim, respondo eu, relativamente boa, isto é, vocês poderiam ter feito pior; mas, como vocês são meus irmãos, eu preferiria que tivessem gastado o tempo melhor do que cavando nessa lama."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 62

Realidade



"Imposturas e ilusões são estimadas como as mais sólidas verdades, ao passo que a realidade é fabulosa. Se os homens observassem constantemente apenas as realidades, e não se deixassem iludir, a vida, comparada às coisas que conhecemos, seria como um conto de fadas ou uma história das 'Mil e uma noites'. Se respeitássemos apenas o que é inevitável e tem o direito de existir, as ruas ressoariam com música e poesia. Quando somos sábios e não temos pressa, percebemos que somente as coisas grandes e valiosas têm alguma existência absoluta e permanente – que os pequenos medos e os pequenos prazeres não passam de sombras da realidade. Esta é sempre revigorante e sublime."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 100

A escrita

"Por mais que possamos admirar os ocasionais rompantes de eloquência do orador, as mais nobres palavras escritas geralmente estão muito além ou acima da linguagem oral fugidia, tal como o firmamento com suas estrelas está além das nuvens. Lá estão as estrelas, e os que sabem, podem lê-las. Desde sempre os astrônomos observam e comentam os astros. Não são exalações como nossas conversas diárias e o hálito que se evapora. (...) O orador se entrega à inspiração de uma ocasião passageira, e fala à multidão diante dele, fala aos que podem ouvi-lo; mas o escritor, que tem como ocasião sua vida mais constante, e que se distrairia com o momento e a multidão que inspiram o orador, fala ao intelecto e ao coração da humanidade, a todos em qualquer época que podem entendê-lo."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 105

Poeta

"Muitas vezes vi um poeta se retirar depois de gozar o mais valioso num sítio, enquanto o encoscorado sitiante pensava que ele tinha apenas apanhado algumas maçãs silvestres. Ora, o dono passa muitos anos sem saber que um poeta lhe pôs o sítio em verso, a mais admirável das cercas invisíveis, fechou-o devidamente no curral, ordenhou-lhe o leite, deixou aflorar a nata, tirou todo o creme e deixou ao agricultor apenas o leite desnatado."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 88-9

Desperdício de vida

"Por que teríamos de viver com tanta pressa e desperdício de vida? Estamos decididos a morrer de inanição antes de passar fome. Os homens dizem que mais vale prevenir dando um ponto agora do que remediar com nove pontos depois, e então previnem com mil pontos hoje para não precisar dar nove amanhã."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 97

Ócio


"...dias em que o ócio era o trabalho mais atraente e produtivo. Muitas manhãs roubei, preferindo passar assim a parte mais valiosa do dia; pois eu era rico não em dinheiro, e sim em horas de sol e dias de verão, e gastava-os prodigamente".

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 185

Ocupação tranquilizadora

"É uma ocupação tranquilizadora, num daqueles belos dias de outono quando é possível apreciar todo o calor do sol em sua plenitude, sentar num toco de árvore a uma altura como esta, olhando o lago de cima, e estudar os círculos ondeantes que se inscrevem incessantemente em sua superfície, a qual, não fossem eles, seria invisível entre as imagens refletidas dos céus e das árvores. Não há qualquer perturbação nessa vasta superfície que não seja de imediato suavemente afastada e apaziguada, pois, tal como quando se agita a água de um cântaro, os círculos trêmulos procuram as bordas, e então tudo retoma a placidez. Não há o salto de um peixe ou o cair de um inseto no lago que não seja logo anunciado em ondulações curvas, em linhas de beleza, como se fosse o jorro constante de sua fonte, a delicada pulsação de sua vida, o alçar de seu seio. Os frêmitos de alegria e os frêmitos de dor são indiscerníveis. Como são pacíficos os fenômenos do lago!"

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 182

Lago de Flints


"Lago de Flints! Tal é a pobreza de nossa nomenclatura. Que direito tinha o agricultor sujo e obtuso, cuja terra chegava até essa água celestial, de margens que desnudou impiedosamente, de dar seu nome a ela? Um Flint sovina, que preferia a superfície reluzente de um dólar ou de um luzidio centavo, onde podia mirar sua cara despudorada; o qual considerava como invasores até os patos selvagens que pousavam ali; os dedos convertidos em garras aduncas e calosas pelo longo hábito de agarrar as coisas feito uma harpia (...)

Não respeito a labuta, a lavoura onde tudo tem seu preço, de quem é capaz de levar a paisagem, de levar seu Deus ao mercado, se isso lhe render alguma coisa; que vai ao mercado como se este fosse seu deus; em cujas terras nada cresce em liberdade (...)"

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 189-90

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Os homens trabalham sob engano

"...os homens trabalham sob engano. O que o homem tem de melhor logo se mistura à terra para se transformar em adubo. Por um destino ilusório, geralmente chamado de necessidade, eles se dedicam, como diz um velho livro, a acumular tesouros que serão roídos pelas traças e pela ferrugem e roubados pelos ladrões. É uma vida de tolo, como vão descobrir quando chegarem ao final dela, ou talvez antes."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 19

Falsas preocupações

"A maioria dos homens, mesmo neste país relativamente livre, por mera ignorância e erro, vivem tão ocupados com as falsas preocupações e as lides desnecessariamente pesadas da vida que não conseguem colher seus frutos mais delicados."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 20

Tipos de vida

"A vida que os homens louvam e consideram bem-sucedida é apenas um tipo de vida. Por que havemos de exaltar só um tipo de vida em detrimento dos demais?"

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 31

Pobreza de espírito

"Muitos homens parecem nunca ter pensado o que é uma casa, e são realmente, embora desnecessariamente, pobres a vida inteira porque julgam necessário ter uma casa igual à dos vizinhos. Como se alguém tivesse de usar um tipo qualquer de paletó que o alfaiate resolveu cortar ou, abandonando aos poucos o chapéu de folha de palmeira ou o boné de pele de marmota, reclamasse dos tempos difíceis porque não consegue comprar uma coroa!"

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 46

algo elevado

"Não creio que o nosso sistema fabril seja a melhor maneira de fornecer roupas aos homens. A condição dos operários está se tornando cada vez mais parecida com a da Inglaterra; e isso não é de admirar, pois, pelo que vi ou ouvi falar, o objetivo principal não é que a humanidade possa andar vestida com qualidade e honestidade, e sim, indubitavelmente, que as empresas possam enriquecer. A longo prazo, os homens só alcançam aquilo que almejam. Portanto, mesmo que falissem de imediato, melhor seria que almejassem algo elevado."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 38

Simplicidade

"É bom que um homem se vista com tanta simplicidade que pode tocar em si mesmo no escuro, e que viva sob todos os aspectos de forma tão despojada e pronta que, se um inimigo tomar a cidade, ele pode, como o velho filósofo, sair pelo portão com as mãos vazias, sem nenhuma preocupação."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 36

Gozar a vida

"Essa coisa de gastar a melhor parte da vida ganhando dinheiro para gozar uma duvidosa liberdade em sua parte menos valiosa me faz lembrar aquele inglês que primeiro foi à Índia fazer fortuna para poder depois voltar à Inglaterra e levar uma vida de poeta. 'Mas como!', exclama um milhão de irlandeses erguendo-se de todos os barracos na terra, 'essa ferrovia que a gente construiu não é boa?'. Sim, respondo eu, relativamente boa, isto é, vocês poderiam ter feito pior; mas, como vocês são meus irmãos, eu preferiria que tivessem gastado o tempo melhor do que cavando nessa lama."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 62