"O vento, um ser vivo, consciente, que não simpatizava com viajantes,
tinha o hábito de surgir no meio da noite. Os cabelos eram os primeiros
a farejá-lo, depois lentamente todos os membros do grupo começavam a
ouvi-lo, num crescendo irreversível, que não lhes dava tempo suficiente
para improvisar um abrigo, e portanto muitas vezes a única saída era
submeter-se a ele, apertar-se contra o chão como uma folha de relva e
tentar não ser arrebatado para o céu."
Thomas Pynchon (1937-). Contra o dia (2006). São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 778
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