"Fazendo o reconhecimento de terreno, julgaram uma vez ver de relance
ninguém menos que a 'Mãe' Jones, sendo empurrada para dentro de um
vagão de trem e expulsa da cidade, uma atitude que na época chegava a
ser cômica, pois ela logo dava meia-volta e retornava, tendo amigos
entre os ferroviários ao longo de toda a rede, os quais a deixavam tomar
qualquer trem e saltar onde ela bem entendesse. O que Frank percebeu
naquela senhora de cabelos brancos era sua atitude de que-se-fodam, um
desejo de aprontar que ela conseguira conservar em si, protegido da
idade, dos plutocratas e daquilo que seus defensores contratados
denominavam 'vida', como se soubessem o que era tal coisa – protegido
como uma criança, a criança que ela fora um dia..."
Thomas Pynchon (1937-). Contra o dia (2006). São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 1007
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