"...uma questão que ele nunca conseguiu resolver direito, no fundo.
Se pudesse se dar ao luxo de ter tempo para pensar, para não fazer nada
além de colocar os pés sobre uma grade de madeira, enrolar um cigarro,
ficar olhando para a serra, deixando que as brisas passassem por ele – é
claro –, mas na vida que levava não havia um minuto que não pertencesse
a outra pessoa. Qualquer discussão sobre assuntos mais sérios, como em
que ele devia insistir, de que devia abrir mão, quanto devia a quem,
tinha de ser travada em meio à correria, com pessoas que ele esperava
que depois não fossem traí-lo."
Thomas Pynchon (1937-). Contra o dia (2006). São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 95
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