"...em pouco tempo, tornou-se claro – horrivelmente claro – que
ninguém naquela cidade sabia fazer café, como se houvesse uma espécie de
consenso aparvalhado, ou mesmo uma postura municipal, no sentido de que
as pessoas não deviam acordar nunca. As amuradas das pontes viviam
apinhadas de pessoas vendo o rio Scioto passar preguiçosamente. Os bares
estavam cheios de gente bebendo em silêncio, bebendo bem devagar até
cair, o que costumava ocorrer por volta das oito da noite, hora em que
tudo costumava fechar na cidade."
Thomas Pynchon (1937-). Contra o dia (2006). São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 70
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