"– Numa sociedade toda organizada em torno da luta pelo poder, quando
a vida social se transforma em luta pelo prazer... já pensou, querido?
Veja se me entende: para que a vida seja luta pelo poder, é preciso que
todo mundo faça isso, porque assim os mais poderosos sempre ganham, com
dinheiro, violência, armas, etc., entende? Agora, se um grupo grande,
como a juventude, por exemplo, não vai nessa, quando descobre que não há
prazer algum no trabalho, na guerra, na burocracia, na submissão, no
uso da força bruta, nas armas, no dinheiro, no consumo... É uma ousadia
imensa, imperdoável! Mas é essa a nossa guerra... a juventude e o prazer
são as nossas armas! Faltavam os coiotes... os mutantes..."
Roberto Freire (1927-2008). Coiote (1986). Rio de Janeiro: Guanabara, p. 395
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