"A Fragata Millicent Kent contou ao Mario que embora reconhecesse ser
uma grande jogadora, c/ um atordoante estilo
arraste-o-caveirão-para-a-rede-e-cresça-como-um-titã-pra-cima-da-adversária
na tradição do jogo de força de Betty Stove/Venus Williams, e destinada
a um futuro quase ilimitado no Circuito, ela ia confiar a ele aqui em
segredo que ela nunca gostou de verdade do tênis competitivo, que o seu
verdadeiro amor e paixão era a dança interpretativa moderna, atividade
para a qual ela admitia ter dons e
talentos menos inconscientemente naturais a empregar, mas que adorava, e
que tinha passado praticamente cada minuto seu fora de quadra quando
menininha treinando de malha justa na frente de um espelho extralargo no
quarto dela em casa na pacata Montclair, NJ, mas que o tênis era onde
ela tinha um talento ilimitado e ganhava afagos psíquicos e ofertas de
bolsas em internatos...".
David Foster Wallace (1962-2008). Graça infinita (1996). São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 128-9
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