"– Abomino a brutalidade – declarou. – É ineficaz. Já os maus-tratos
prolongados, quando aplicados de forma adequada e sem chegar às raias da
violência física, geram ansiedade e um sentimento de culpa muito
peculiar. Algumas regras, ou melhor, diretrizes, fazem-se necessárias. O
espécime não deve perceber que os maus-tratos configuram um ataque
deliberado à sua identidade pessoal por parte de um inimigo anti-humano.
Devemos proceder de maneira tal que ele passe a se considerar merecedor
de qualquer tratamento que vier a receber, porque sente que existe algo
(nunca especificado) de terrivelmente errado com sua pessoa."
William S. Burroughs (1914-1997). Almoço nu (1959). São Paulo: Companhia das Letras, 2016. p. 31-2
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