"– Sim, padre.
– Não diga: 'Sim, padre.' Repete o que eu for dizendo.
– O que o senhor vai me dizer? Vai pegar a minha confissão outra vez? Por que outra vez?
– Esta não vai ser uma confissão, Susana. Só vim conversar com você. Preparar você para a morte.
– Eu já vou morrer?
– Vai, filha.
– Então por que não me deixa em paz? Estou com vontade de descansar. Devem ter pedido ao senhor que viesse tirar meu sono. Que ficasse aqui comigo até meu sono ir embora. E o que eu vou fazer depois para encontrar meu sono? Nada, padre. Então por que o senhor não vai embora de uma vez e me deixa tranquila?
– Vou deixar você em paz, Susana. Conforme você for repetindo as palavras que eu disser, irá adormecendo. Vai sentir como se você mesma se ninasse. E vai ver que quando você dormir, ninguém mais irá despertá-la... Você não vai voltar a despertar nunca mais.
– Está bem, padre. Vou fazer o que o senhor disser."
– Não diga: 'Sim, padre.' Repete o que eu for dizendo.
– O que o senhor vai me dizer? Vai pegar a minha confissão outra vez? Por que outra vez?
– Esta não vai ser uma confissão, Susana. Só vim conversar com você. Preparar você para a morte.
– Eu já vou morrer?
– Vai, filha.
– Então por que não me deixa em paz? Estou com vontade de descansar. Devem ter pedido ao senhor que viesse tirar meu sono. Que ficasse aqui comigo até meu sono ir embora. E o que eu vou fazer depois para encontrar meu sono? Nada, padre. Então por que o senhor não vai embora de uma vez e me deixa tranquila?
– Vou deixar você em paz, Susana. Conforme você for repetindo as palavras que eu disser, irá adormecendo. Vai sentir como se você mesma se ninasse. E vai ver que quando você dormir, ninguém mais irá despertá-la... Você não vai voltar a despertar nunca mais.
– Está bem, padre. Vou fazer o que o senhor disser."
Juan Rulfo (1917-1986). Pedro Páramo (1955). Rio de Janeiro: BestBolso, 2008, p. 125-6
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