quarta-feira, 2 de julho de 2014

Molly



"Boa, admirável Molly, quero se ela ainda puder me ler, de um lugar que não conheço, que bem saiba que não mudei para ela, que ainda a amo e para sempre, a meu modo, que pode vir aqui quando quiser partilhar meu pão e meu furtivo destino. Se não for mais bonita, pois bem, paciência! Vamos nos arranjar! Guardei tanta beleza dela dentro de mim, tão viva, tão quente que ainda tenho o suficiente para nós dois e para no mínimo mais vinte anos, o tempo de tudo se acabar."

Louis-Ferdinand Céline (1894-1961). Viagem ao fim da noite (1932). São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 254

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