quarta-feira, 2 de julho de 2014

Charles Bukowski



"O primeiro impacto da obra de Bukowski num leigo é forte: o estilo do escritor é rude, direto, sem floreio algum. Numa linguagem seca, desiludida, coloquial e repleta de termos de baixo calão, Bukowski reproduz com perfeição a noite de Los Angeles e seus arquétipos, que ele conhece como ninguém. Boa parte da crítica tem Charles Bukowski como um escritor menor, talvez pela simplicidade aparente de sua escrita. A temática do autor é marginal, das ruas, da noite e, em seus trabalhos, o que mais se pode ver são mendigos, prostitutas, álcool, doenças, miséria, corridas de cavalos e outros pontos pouco ortodoxos.

No entanto, é justamente sua capacidade de transformar o trivial – e até mesmo o escatológico – em análise humana e, principalmente, em literatura que chama a atenção. Bukowski podia ser um alcoólatra sem residência fixa, mas sua cultura é inegável: influenciado por nomes como John Fante, Walt Whitman, Ezra Pound, Fiódor Dostoiévski, Ernest Hemingway e Louis-Ferdinand Céline, o escritor era, à sua maneira, um erudito, que só escrevia ao som de uma estação de rádio especializada em música clássica. Ele escreveu todo tipo de conto, indo do realismo até o fantástico. (...)

Autor de mais de cinquenta livros, entre poesia e prosa, Bukowski fascinou o público jovem com seu senso de humor sarcástico e suas narrativas sobre a dificuldade da vida.

Morreu na Califórnia, aos setenta e três anos, de leucemia."

Revista Literatura

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