sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Um velho lago parado



"Um velho lago parado... cerrado... calado...
de águas turvas tranquilas,
realizava, no deslumbramento da noite clara,
seu sonho dourado de ser espelho.
Seu fundo lodoso e sombrio
refletia, cheio de orgulho,
um cortejo relumbrante de estrelas,
quando um sapo asqueroso
saltou sobre ele como um profano,
arrancando de suas águas
um arrepio de pavor
e um gemido estrangulado de agonia..."

Matsuô Bashô (1643-1694). Poética do Japão. In: Poesia Sempre. Ano 10, nº 17, Rio de Janeiro, Dezembro/2002, p. 18

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