sábado, 22 de fevereiro de 2014

Devaneio



"Acordava antes de todos, pois para ir à escola teria que pegar um ônibus e um bonde, o que lhe tomaria uma hora. O que lhe daria uma hora. De devaneio agudo como um crime. O vento da manhã violentando a janela e o rosto até que os lábios ficavam duros, gelados. Então ela sorria. Como se sorrir fosse em si um objetivo."

Clarice Lispector (1920-1977). Laços de família (1960). Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993. p. 103

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