sábado, 18 de outubro de 2014

uma garrafa de armanhaque


"Sabendo perfeitamente que não poderia ganhar a vida fazendo o que gostaria de fazer (mas será que sabia o que gostaria de fazer?), havia escolhido, depois de seus estudos, um emprego em que fora obrigado a valorizar não a sua originalidade, suas ideias, seus talentos, mas apenas sua inteligência, ou seja, essa capacidade aritmeticamente mensurável que não se distingue nos diferentes indivíduos senão quantitativamente, uns tendo mais, outros menos, Alain tendo mais, de modo que ele era bem pago e podia comprar de quando em quando uma garrafa de armanhaque."
Milan Kundera (1929-). A festa da insignificância (2013). São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 75

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