"Assim, pois, os rapazes fantasmas cruzaram o vale e despencaram no abismo. Um trânsito breve. E seu canto fantasma ou o eco do seu canto fantasma, que é como dizer o eco do nada, seguiu marchando ao mesmo passo que eles, que era o passo do destemor e da generosidade, em meus ouvidos. Uma canção apenas audível, um canto de guerra e de amor, porque os meninos sem dúvida se dirigiam para a guerra, mas faziam isso recordando as atitudes teatrais e soberanas do amor."
Roberto Bolaño (1953-2003). Amuleto (1999). São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 131
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