"Temos que redesenhar o sistema capitalista. Tudo o que dizem é ‘faça
dinheiro, seja feliz’. Mas aí você ganha us$ 1 bilhão e não faz nada
pelos outros. Para que serve us$ 1 bilhão? ‘Ah, dei emprego a muita
gente.’ Sim, e pegou a riqueza para você. Concentração é tudo o que você
produziu. (...)
Uma questão essencial está na ideia de emprego.
Quem disse que nascemos para procurar emprego? A escola? Os professores?
Os livros? Sua religião? Seus pais? Alguém colocou isso na cabeça
das pessoas. O sistema educacional repete: ‘você tem que trabalhar
duro’. Seres humanos não nasceram pra isso. O ser humano é cheio de
poder criativo, mas o sistema o reduz a mero trabalhador, capaz de fazer
trabalhos repetitivos. Isso é vergonhoso, está errado. As pessoas
precisam crescer sabendo que é uma opção se tornar empregado, mas que
existe a possibilidade de ser empreendedor, seguir o próprio caminho. É
arriscado, incerto, há frustrações, mas é bem mais estimulante. Arrumar
emprego é o que é seguro, garantido. Mas sua vida será limitada ao que
decidirem por você. (...)
O
capitalismo é uma ideia maravilhosa, porque dá opções. O problema está
na ideia de que é preciso maximizar lucros e que só isso é aceitável
como negócio. Não somos robôs fazedores de dinheiro. A vida não pode ser
reduzida a uma busca egoísta como essa. Outra lógica é possível e há
empresas interessadas."
Muhammad Yunus. Uma nova lógica. Texto: Micheline Alves. In: revistatrip.uol.com.br.
Muhammad Yunus. Uma nova lógica. Texto: Micheline Alves. In: revistatrip.uol.com.br.
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