"...o que alguém é para si mesmo, o que o acompanha na solidão e
ninguém lhe pode dar ou retirar, é manifestamente para ele mais
essencial do que tudo quanto puder possuir ou ser aos olhos dos outros.
Um homem espiritualmente rico, na mais absoluta solidão, consegue se
divertir primorosamente com seus próprios pensamentos e fantasias,
enquanto um obtuso, por mais que mude continuamente de sociedades,
espetáculos, passeios e festas, não consegue afugentar o tédio que o
martiriza. Um caráter bom, moderado e
brando pode sentir-se satisfeito em circunstâncias adversas; enquanto um
caráter cobiçoso, invejoso e mau não se contenta nem mesmo em meio a
todas as riquezas. Para aquele que tem constantemente o deleite de uma
individualidade extraordinária, intelectualmente eminente, a maioria dos
deleites almejados em geral são no todo supérfluos, mais do que isso,
são apenas incômodos e inoportunos."
Arthur Schopenhauer (1788-1860). Aforismos para a Sabedoria de Vida
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