domingo, 30 de agosto de 2015

Felicidade

"...lia e relia sem trégua o caderno de Ansky, memorizando cada palavra e sentindo algo muito estranho que às vezes se parecia com a felicidade e outras vezes com uma culpa vasta como o céu. E que ele aceitava a culpa e a felicidade e que inclusive, algumas noites, as somava, e que o resultado dessa soma sui generis era felicidade, mas uma felicidade sinistra que o dilacerava sem a menor consideração e que para Reiter não era a felicidade, mas sim Reiter."

Roberto Bolaño (1953-2003). 2666. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 706

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