"Quanto mais Kristóf ficava adulto, menos compreendia o 'segredo' do padre Norbert: seu sorriso, seu equilíbrio, o modo como sabia ficar feliz com a vida sem ter motivo específico para tanto... Não tinha família, vivia na pobreza, cumpria os regulamentos ascéticos da ordem, era mais pobre, ou, mais precisamente, desprovido de posses que o homem mais pobre que Kristóf já conhecera: algumas roupas, alguns livros, esses eram todos os bens materiais que possuía. Não frequentava a sociedade, não assumia papéis combativos ou de missionário que quer converter; vivia e atuava no seu círculo fechado, silencioso, anônimo e despercebido. Mas os que ficavam próximos a ele percebiam: aquele homem vivia."
Sándor Márai (1900-1989). Divórcio em Buda (1935). São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 43-4 (traduzido do húngaro por Ladislao Szabo)
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