"ele acreditava que tudo estava
certo com o mundo.
e não dava para reclamar dele:
era um professor de carreira que nunca havia
estado na cadeia ou em um puteiro;
cujo carro usado nunca morreu
na autoestrada; que
nunca havia precisado de mais do que
três drinques durante a mais louca
das suas noitadas;
que nunca havia sido fichado, execrado ou
levado porrada;
que nunca havia sido mordido por um cachorro;
que recebia regularmente cartas cordiais de Gary
Snyder, e cujo rosto era
amável, sem marcas e
carinhoso. finalmente,
sua mulher nunca o havia traído
muito menos sua sorte."
Charles Bukowski (1920-1994). As pessoas parecem flores finalmente. Porto Alegre: L&PM, 2015, p. 81
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