"Ninguém mais tem a liberdade de dar uma educação nobre aos seus
filhos na Alemanha atual: nossas escolas 'superiores', com seus
professores, com seus planos e metas de ensino, estão todas orientadas
para a mediocridade mais ambígua. E por toda parte reina uma pressa
indecorosa, como se alguma coisa houvesse se perdido se o jovem ainda
não estivesse 'pronto' aos 23 anos, se ainda não soubesse responder à
'pergunta capital': qual profissão? - Homens de um tipo superior, se me permitem
dizê-lo, não gostam de 'profissões', precisamente porque sabem que têm
vocações... Eles têm tempo, tomam tempo para si, de modo algum pensam em
ficar 'prontos' - com trinta anos, no sentido de uma cultura superior,
se é um iniciante, uma criança - Nossos ginásios superlotados, nossos
professores ginasiais sobrecarregados, estupidificados, são um
escândalo: para defender essa situação, como fizeram recentemente os
professores de Heidelberg, talvez haja causas - razões para tanto não
há."
Friedrich Nietzsche (1844-1900). Crepúsculo dos ídolos. Porto Alegre: L&PM, 2015,´p. 71-72
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