terça-feira, 12 de abril de 2016

Ócio criativo

"...o que se solicita aos empregados – sobretudo se são trabalhadores intelectuais – são ideias e não parafusos. E a quantidade total de ideias produzidas não é diretamente proporcional à quantidade de horas de permanência no interior de uma empresa.

Na minha opinião é exatamente o contrário: quanto menos se sai da empresa, quanto mais se permanece trancafiado lá dentro, como num aquário, de manhã à noite, menos se recebe estímulos criativos.

Além disso, é preciso recordar que as pessoas que se habituam a ficar no local de trabalho além do horário de expediente regular tendem a matar o tempo inventando novos procedimentos para impor aos outros. E assim, aos poucos, a empresa se reduz a um amontoado de regulamentos inúteis à sua eficiência, danosos à sua produtividade e letais à sua criatividade."

Domenico De Masi (1938-). O ócio criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000, p. 174

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