"Devido à sua própria natureza competitiva, a sociedade burguesa não
só faz os homens se enfrentarem entre si, faz também a massa humana
enfrentar o mundo natural. Assim como os homens se transformam em
mercadorias, o mesmo sucede com todos e cada um dos aspectos do reino
natural que devem ser manufaturados, comercializados desenfreadamente.
Daí deriva a chamada sociedade de consumo. As necessidades são
elaboradas pelos meios de comunicação de massa, para criar uma demanda
pública de mercadorias perfeitamente inúteis, cada uma das quais foi
criada cuidadosamente para se deteriorar ao cabo de um período de tempo
previsto. O saque do espírito humano pelo mercado é comparável e
paralelo ao saque da Terra pelo capital."
Roberto Freire (1927-2008). Sem tesão não há solução. São Paulo: Trigrama, 1990, p. 183
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