"Meu pai morreu longe de mim
(eu é que estava longe dele).
Tantos anos se passaram
e ainda não lhe vi a sepultura.
Continuo longe.
Mas sua presença me sacode
como um choque elétrico,
uma bebida forte que me arde
por dentro.
Está vivo nos meus dedos,
nos cabelos ralos
— a nuca dá arrepios de se ver.
Está cada vez mais perto de mim
(eu é que estou mais perto dele)."
Ivo Barroso (1929). Poema a meu pai. In: Moacyr Félix. 41 Poetas do Rio. Rio de Janeiro: Funarte, 1998
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