"O poeta que louva o sublime e o terrível da vida no passo ritmado de seus versos, o músico que os leva a vibrações sonoras, capazes de tudo exprimir num puro presente, é um portador de luz, multiplicador de alegria e claridade na Terra, mesmo que ele nos conduza primeiro entre lágrimas e dolorosa tensão. Talvez o poeta cujos versos nos arrebatam tenha sido um triste solitário e o músico, um sonhador melancólico, mas também então a sua obra participa da harmonia dos deuses e das estrelas. O que ele nos dá não é mais sua escuridão, o seu sofrimento ou o temor, é uma gota de pura luz, de eterna serenidade."
Hermann Hesse (1877-1962). O jogo das contas de vidro (1943). 4ª ed. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010, p. 377-8
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