segunda-feira, 29 de setembro de 2014

De um e outro lado do que sou


"De um e outro lado do que sou,
da luz e da obscuridade,
do ouro e do pó,
ouço pedirem-me que escolha;
e deixe para trás a inquietação, 
a dor,
um peso de não sei que ansiedade.
Mas levo comigo tudo
o que recuso. Sinto
colar-se-me às costas
um resto de noite;
e não sei voltar-me
para a frente, onde
amanhece."
Nuno Júdice (1949-). In: Meditação sobre Ruínas

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