"Lembro dele e fico triste, mas a gente já nem se visitava muito, sabe? Ele tava bem estragado. Mas era um cara com um coração bom. Depois que ele se matou acho que isso ficou mais claro. Ele foi bom pra todo mundo do jeito torto dele. Nunca nos deixou faltar nada, se tu pensa bem. Lembro dele segurando minha nuca e dando conselhos. Ele pegava forte pela nuca e começava a dar a real. O pai sempre sabia o que tava fazendo. Decidia rápido e não voltava atrás. Ele tomou uma decisão."
Daniel Galera. Barba ensopada de sangue (2012). Cia das Letras, p. 408
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