sexta-feira, 15 de maio de 2015

Deem-me a verdade

"Mais do que o amor, do que o dinheiro, do que a fama, deem-me a verdade. Sentei a uma mesa onde havia ricos pratos, vinho em abundância e serviço obsequioso, mas não havia sinceridade nem verdade; e saí com fome daquela mesa pouco hospitaleira. A hospitalidade era fria como gelo. Pareceu-me que não precisariam de gelo para se congelar. Falaram-me sobre a idade do vinho e a fama da safra; mas eu pensava num vinho mais velho, mais novo e mais puro, de uma safra mais gloriosa, que eles não tinham e não poderiam comprar. (...) Havia um homem em minha vizinhança que vivia no oco de uma árvore. Suas maneiras eram realmente régias. Mais valeria que eu tivesse ido visitá-lo."

Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 312

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