"Por mais que possamos admirar os ocasionais rompantes de eloquência
do orador, as mais nobres palavras escritas geralmente estão muito além
ou acima da linguagem oral fugidia, tal como o firmamento com suas
estrelas está além das nuvens. Lá estão as estrelas, e os que sabem,
podem lê-las. Desde sempre os astrônomos observam e comentam os astros.
Não são exalações como nossas conversas diárias e o hálito que se
evapora. (...) O orador se entrega à inspiração de uma ocasião passageira,
e fala à multidão diante dele, fala aos que podem ouvi-lo; mas o
escritor, que tem como ocasião sua vida mais constante, e que se
distrairia com o momento e a multidão que inspiram o orador, fala ao
intelecto e ao coração da humanidade, a todos em qualquer época que
podem entendê-lo."
Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 105
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