"Lago de Flints! Tal é a pobreza de nossa nomenclatura. Que direito
tinha o agricultor sujo e obtuso, cuja terra chegava até essa água
celestial, de margens que desnudou impiedosamente, de dar seu nome a
ela? Um Flint sovina, que preferia a superfície reluzente de um dólar ou
de um luzidio centavo, onde podia mirar sua cara despudorada; o qual
considerava como invasores até os patos selvagens que pousavam ali; os
dedos convertidos em garras aduncas e calosas pelo longo hábito de agarrar as coisas feito uma harpia (...)
Não respeito a labuta, a lavoura onde tudo tem seu preço, de quem é
capaz de levar a paisagem, de levar seu Deus ao mercado, se isso lhe
render alguma coisa; que vai ao mercado como se este fosse seu deus; em
cujas terras nada cresce em liberdade (...)"
Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 189-90
Henry David Thoreau (1817-1862). Walden (1854). Porto Alegre: L&PM, 2014, p. 189-90
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