"Rosane ficava o dia inteiro para lá e para cá, dentro e fora do escritório, em troca de um salário que era pouco mais do que nada, quase que só o suficiente para pagar a comida, o transporte e alguma roupa. Mesmo assim – Pedro percebia –, os patrões ainda se lamentavam, achavam que era muito, que tinham muita despesa com os empregados, deixavam claro que cumpriam um papel social oneroso ao dar emprego às pessoas, ao pagar salários e reconhecer alguns direitos. Nada de especial tinha acontecido, a situação era a mesma de antes. Mas só ultimamente Pedro começou a ter a sensação de que os patrões, se precisassem, sem sequer notar o que estavam fazendo, seriam capazes de retirar até a última gota de energia de Rosane e deixá-la exaurida."
Rubens Figueiredo (1956-). Passageiro do fim do dia (2010). São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 183
Rubens Figueiredo (1956-). Passageiro do fim do dia (2010). São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 183
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