"Cada estação traz mudanças distintas às plantas e aos animais que cercam o rio. Nuvens de todos os tamanhos aparecem e se movem, e a superfície do rio, iluminada pelo sol, reflete essas formas brancas conforme vêm e vão, às vezes de um modo fiel, às vezes distorcido. Sempre que mudam as estações, a direção do vento oscila como se alguém houvesse apertado um interruptor. E corredores conseguem detectar cada detalhe na mudança sazonal quando o vento toca em nossa pele, no cheiro e na direção do vento. No meio desse fluir, tenho consciência de mim mesmo como uma minúscula peça no gigantesco mosaico da natureza. Sou apenas um fenômeno natural substituível, como a água do rio que corre sob a ponte na direção do mar."
Haruki Murakami (1949-). Do que eu falo quando eu falo de corrida (2007). Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 81
Haruki Murakami (1949-). Do que eu falo quando eu falo de corrida (2007). Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 81
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