"Do ponto de vista da eternidade, muito pouco do que nos perturba tem importância.
As ruínas nos convidam a renunciar a nossas lutas e a nossas imagens de perfeição e satisfação. Elas nos lembram de que não podemos desafiar o tempo e de que somos joguetes de forças de destruição que, na melhor das hipóteses, podem ser mantidas ao largo, mas jamais derrotadas. Podemos desfrutar de vitórias locais, alguns anos em que somos capazes de impor alguma ordem no caos, mas tudo está destinado a ser derramado de volta à sopa primordial. Se essa perspectiva tem o poder de consolar, é talvez porque a maior parte de nossas angústias provém de um senso exagerado da importância de nossos projetos e preocupações. Somos torturados por nossos ideais e por um senso punitivamente arrogante da gravidade do que estamos fazendo."
Alain de Botton (1969-). Desejo de status. Porto Alegre: L&PM, 2013, p. 229
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