"A força animal e a energia dos meus companheiros humanos me assombravam: que um homem pudesse trocar pneus ao longo de um dia inteiro ou dirigir um caminhão de sorvetes ou concorrer a uma vaga no Congresso ou abrir as entranhas de um homem numa mesa cirúrgica ou cometer assassinato, isso estava além da minha compreensão. Não queria nem começar. E continuo não querendo. Cada dia em que eu conseguia escapar desse modo de vida tinha para mim um sabor de vitória. Eu bebia vinho e dormia em parques e passava fome."
Charles Bukowski (1920-1994). Pedaços de um caderno manchado de vinho. Porto Alegre: L&PM, 2013. p. 65
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