quarta-feira, 10 de julho de 2013

Pulp


"Por que eu não podia simplesmente ser um cara assistindo a um jogo de beisebol? Interessado no resultado. Por que não podia ser um cozinheiro fritando ovos, desligado? Por que não podia ser uma mosca no pulso de alguém, rastejando sublime e interessada? Por que não podia ser um galo num galinheiro, catando milho? Por que aquilo?" (p. 128)
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"Eram três horas da tarde. Peguei um tamborete e me sentei. O garçom apareceu. Cara de solitário. Não tinha sobrancelha nenhuma. Cruzinhas verdes pintadas nas unhas. Um tipo maluco. Não havia como evitá-los. A maior parte do mundo estava doida. E a parte que não era doida era furiosa. E a parte que não era doida nem furiosa era apenas idiota. Eu não tinha chance. Só aguentar e esperar pelo fim. Era trabalho duro. O trabalho mais duro imaginável." (p. 125)

Charles Bukowski. Pulp (1994). Porto Alegre: L&PM, 2012

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