sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Lúcia McCartney

Cada qual vai para um quarto. Renê sabe que eu não gosto de promiscuidade. Eu vou para o quarto com o paulista. Sento num sofá. Ele também senta. Depois deita a cabeça no meu colo, diz que não está com vontade de fazer nada, “esses caras cismaram que eu hoje tinha que ir com uma garota pra cama, mas vamos só conversar, está OK?”. Eu digo que está OK. Ele diz que não quer estragar as coisas. Eu digo que está bem. (Quero ir para o Zum Zum.) Passo a mão nos cabelos dele. “Eu não quero fazer isso”, diz ele, tirando a roupa. Eu também tiro a roupa e nos deitamos, ele sempre dizendo que não quer, mas me papando assim mesmo.

Trecho do conto "Lúcia McCartney", de Rubem Fonseca

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