"– Sertão não é malino nem caridoso, mano oh mano!: – ...ele tira ou dá, ou agrada ou amarga, ao senhor, conforme o senhor mesmo." p. 537
"O passado – é ossos em redor de ninho de coruja..." p. 538
"Meu espírito era uma coceira enorme. Como eu ia poder contra esse vapor de mal, que parecia entrado dentro de mim, pesando em meu estômago e apertando minha largura de respirar?" p. 509
"Guarde o senhor: não pude completo. Mas, guarde, por outra: o dia vindo depois da noite – esse é o motivo dos passarinhos..." p. 506
"Assim, de jeito tão desigual do comum, minha vida grangeava outros fortes significados." p. 504
"Ser Chefe de jagunço era isso. Ser o que não dava realce – qualquer um podia, fazendeiro com posses, mão em política. O sertão tudo não aceita? A minha pessoa era nada, glória de Zé Bebelo era nada. O que dá fama, dá desdém. O menos de me importar." p. 503
"A vida inventa! A gente principia as coisas, no não saber por que, e desde aí perde o poder de continuação – porque a vida é mutirão de todos, por todos remexida e temperada." p. 477
"– 'O sertão é bom. Tudo aqui é perdido, tudo aqui é achado...' – ele seo Ornelas dizia. – 'O sertão é confusão em grande demasiado sossego...'." p. 470
"Agora, o tempo de todas as doideiras estava bicho livre para principiar." p. 455
"O rio não quer ir a nenhuma parte, ele quer é chegar a ser mais grosso, mais fundo." p. 450-1
João Guimarães Rosa (1908-1967). Grande Sertão: Veredas (1956). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001
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