Veio o câncer no fígado, veio o homem
pulando da cama no chão e andando
de gatinhas, gritando: 'me deixa, gente,
me deixa', tanta era sua dor sem remédio.
Veio a morte e nesta hora H, a camisa sem botão.
Eu supliquei: eu prego, gente, eu prego,
mas espera, deixa eu chorar primeiro.
(...)
Adélia Prado. "Bagagem" (1976). In: "Poesia reunida". São Paulo: Arx, 1991. p. 100
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