Humildade, assim como amor, é uma palavra que tem sido distorcida em seu uso. Como seu oposto é arrogância, vaidade ou orgulho, muitas pessoas associam erradamente humildade com passividade, modéstia ou até mesmo com baixa auto-estima ("tenham pena de mim").
Muito pelo contrário. Os líderes humildes não sofrem nenhum complexo de inferioridade. Eles sabem que não têm todas as respostas e aceitam isso com naturalidade. Quando atingidos em sua escala de valores, princípios morais e senso de justiça, podem ser tão destemidos quanto um leão.
Os líderes humildes não se iludem sobre quem eles realmente são. Eles sabem que vieram ao mundo sem nada e que partirão sem nada e, por isso mesmo, aprenderam a se controlar e a não ser egoístas.
Sua disposição para ouvir as opiniões dos outros, mesmo que sejam opiniões contrárias, mostra que esse tipo de liderança não procura o crédito e adulação para si mesma - daí sua capacidade de rir de si mesma e do mundo.
Para o crítico inglês John Ruskin, "os homens realmente grandes possuem o curioso sentimento de que a grandeza não está neles, mas passa por eles. Por isso são humildes".
Já conheci muitas pessoas em posições de liderança que são incapazes de dizer coisas como "Não sei", "O que você acha?", "Desculpe, eu estava enganado" ou "Você se saiu muito melhor do que eu seria capaz". Depois de conhecê-las mais a fundo, descubro que elas se sentem inseguras e desconfortáveis com o que são.
No livro Empresas feitas para vencer, Jim Collins descreve o mais alto nível de desempenho de liderança, que ele classifica de Nível 5: "Os líderes do Nível 5 incorporam uma mistura paradoxal de humildade pessoal e vontade profissional. São ambiciosos, sem dúvida, mas ambiciosos em primeiro lugar e acima de tudo pela empresa, não por si mesmos".
Os líderes humildes consideram sua liderança uma enorme responsabilidade e levam muito a sério a posição de confiança e as pessoas a eles confiadas. Seu foco não está nos benefícios corporativos nem na politicagem interna, muito menos na corrida para ver quem vai ocupar a sala maior. Eles preferem se concentrar nas responsabilidades inerentes à liderança.
Autênticos, eles não posam de sábios, estão sempre disponíveis e, de certa forma, vulneráveis, porque têm seu ego sob controle e não se baseiam em ilusões de grandeza, acreditando que são indispensáveis para a empresa. Sabem muito bem que os cemitérios estão repletos de pessoas indispensáveis.
Seguros de suas forças e limitações, os líderes humildes estão conscientes de que o maior de todos os defeitos é acreditar que não cometeram erro algum.
Os líderes humildes são capazes de manter as coisas em sua devida perspectiva.
HUNTER, James C. The World's Most Powerful Leadership Principle (2004)
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