"...a escola era solitária. Os alunos de dezoito e dezenove anos não socializavam com os mais novos e, embora houvesse muitos da minha idade e mais novos ainda (inclusive um de doze anos esguio cujos boatos diziam ter um QI de duzentos e sessenta), suas vidas eram tão enclausuradas e suas preocupações tão tolas e com cara de estrangeiras, que era como se falassem alguma língua perdida de ensino fundamental que eu tinha esquecido. Moravam em casa com os pais; preocupavam-se com coisas do tipo curvas de desempenho, italiano no exterior e estágios de verão na ONU; surtavam se você acendia um cigarro na frente deles; eram sérios, bem-intencionados, perfeitos, sem noção da vida. Considerando o que eu tinha em comum com qualquer um deles, dava na mesma sair com crianças de oito anos."
Donna Tartt (1963-). O pintassilgo (2013). São Paulo: Companhia das Letras, 2014. p. 382
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