sábado, 8 de março de 2014

não era ainda



"Não, não era ainda a era da passagem
do nada ao nada, e do nada ao seu restante.
Viver era tanger o instante, era linguagem
de se inventar o visível, e era bastante.
Falar é tatear o nome do que se afasta.
Além da terra, há só o sonho de perdê-la.
Além do céu, o mesmo céu, que se alastra
num arquipélago de escuro e estrela."

Antonio Carlos Secchin (1952-). In: Heloísa Buarque de Hollanda. 26 poetas hoje (1ª edição: 1975). Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007. p. 130

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