quarta-feira, 1 de maio de 2013

ah, para quê?



"Então, por um instante, tive a mais tremenda sensação de pena dos seres humanos, sejam eles o que forem, o rosto, a boca cheia de dor, personalidades, tentativas de ser alegres, pequenas petulâncias, sensação de perda, piadinhas chatas e vazias que logo seriam esquecidas: ah, para quê? Eu sabia que o som do silêncio estava em todo lugar e que portanto tudo em todo lugar era silêncio. Suponha que de repente acordássemos e víssemos que o que achamos ser isto ou aquilo na verdade não é nada disto nem daquilo?"

Jack Kerouac. Os vagabundos iluminados (1958). Porto Alegre: L&PM, 2011, p. 204

Foto: Jack Kerouac (1922-1969) e Allen Ginsberg (1926-1997)

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