"– Sabe que ainda não desci das árvores desde aquele dia?
As tarefas que se baseiam numa tenacidade interior devem permanecer mudas e obscuras; por pouco que alguém as anuncie ou delas se vanglorie, tudo parece supérfluo, sem sentido ou até mesquinho. Assim, tão logo meu irmão pronunciou aquelas palavras, arrependeu-se de tê-las dito, e não lhe importava mais nada, e teve até vontade de descer e acabar com aquilo. Ainda mais quando Viola afastou lentamente o chicote da boca e disse, em tom gentil:
– É mesmo?... Que tonto!"
Italo Calvino (1923-1985). O barão nas árvores (1957). São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 48
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