"Essa tentativa de viver mais intensamente levou-os a tentar pesar o que era e o que não era importante. (...) Parece que queriam descobrir o que era essencial para só viver dele. Mas de nada adiantava o vago esforço quase constrangido quefaziam: a própria trama de vida lhes escapava diariamente. E só olhando para o dia passado é que tinham a impressão de ter – de algum modo e por assim dizer à revelia deles – a impressão de ter vivido. Mas então era de noite, eles calçavam os chinelos e era noite profunda."
Clarice Lispector (1920-1977). A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984, p. 696
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