"Ele é agora gerente de uma loja de sapatos. Não porque escolheu, mas foi o que lhe restou. Perguntava-se sempre: onde está o meu erro? O erro em relação a seu destino, queria ele dizer. Não há grandes motivos a procurar no fato de alguém ser gerente numa loja de sapatos. Mas uma vez que ele mesmo se pergunta e estende sapatos como se não pertencesse a esse mundo - o motivo de indagação aparece. Por que realmente?"
Clarice Lispector. A descoberta do mundo (crônicas, 1967-1973). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p. 354-5
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