sexta-feira, 21 de junho de 2013
Beleza
"Quando o tempo desfaz as formas perecíveis,
Para onde vai, qual o destino da Beleza,
Que é a expressão da própria eternidade?
Na hora da libertação das formas,
Qual o destino da Beleza, que as formas puras realizaram?
Qual o destino do que é eterno,
Mas está configurado no efêmero,
No momento inexorável da purificação?
A Beleza não morre.
Não importa que o seu caminho
Seja visitado pela destruição, que é a própria lei
E pelas sombras.
A Beleza não morre.
Deus recolhe as flores que o tempo desfolha;
Deus recolhe a música das fisionomias que o tempo
[escurece e silencia;
Deus recolhe o que venceu as substâncias frágeis
E realizou o milagre do Espírito Impassível
No movimento e na matéria.
Deus recolhe a Beleza como o corpo absorve a sua sombra
Na hora em que a luz realiza o seu destino de unidade e
[pureza."
Augusto Frederico Schmidt (1906-1965). In: Antologia Poética. Rio de Janeiro: Leitura, 1962. p. 60
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário