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Planejamento, orçamento, organização, solução de problemas, controle, manutenção da ordem, desenvolvimento de estratégias e várias outras coisas - gerência é o que fazemos, liderança é quem somos.
Conheço ótimos gerentes que naufragaram quando se viram diante da tarefa de liderar pessoas, inspirando-as a fazerem grandes coisas. O inverso é verdadeiro. Muitos líderes eficientes são gerentes sofríveis, como o provam Winston Churchill, Franklin Delano Roosevelt e Ronald Reagan. Eles não entraram para a história por serem considerados "bons gerentes".
O estilo que caracteriza o "bom gerente" é, em geral, autoritário e centralizador. Sim, muitos acreditam erroneamente que um gerente eficiente deve ter todas as respostas, resolver todos os problemas e, acima de tudo, manter o controle.
Quando recebem algum treinamento de liderança, o foco é sempre voltado para o lado operacional. Ou seja: tem o objetivo de tornar as pessoas capazes de administrar coisas, não o de fazer com que liderem e inspirem as outras à ação.
As habilidades técnicas orientadas para o resultado que levaram muitos gerentes a posições de liderança não são exatamente as melhores ferramentas para inspirar os outros a fazerem um bom trabalho.
Liderar significa conquistar as pessoas, envolvê-las de forma que colquem seu coração, mente, espírito, criatividade e excelência a serviço de um objetivo. É preciso fazer com que se empenhem ao máximo na missão, dando tudo pela equipe.
Você não gerencia pessoas. Você lidera pessoas. (p. 19-20)
(...)
Quando se está numa posição de liderança, a medida do sucesso muda. Os esforços realizados para agir da forma certa, os depósitos em contas bancárias emocionais, o empenho em ensinar, treinar e estimular as pessoas - tudo isso pode demorar a dar frutos.
Essa é uma situação que pode ser muito frustrante para quem está acostumado a ter uma gratificação imediata, com direito a resultados quantificáveis no final do dia. (p. 36).
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Minha mãe podia me pedir para fazer qualquer coisa, e eu não pensava duas vezes a respeito. Lembro que ela não tinha mais poder algum sobre mim - eu podia correr mais depressa do que ela, agora que era adulto. Mas mamãe tinha muita autoridade. De onde ela tirou sua autoridade? Que seminário sobre habilidades de supervisão ela cursou? A verdade é que mamãe sempre serviu. Eu faria qualquer coisa por ela. (p.38).
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Poder é a capacidade de obrigar, por causa de sua posição ou força, os outros a obedecerem à sua vontade, mesmo que eles preferissem não fazê-lo. Weber, em sua definição básica de poder, diria: "Faça isso, senão vai ver!"
O raciocínio é o seguinte: se eu tenho a habilidade de derrotá-lo, bombardeá-lo, espancá-lo ou despedi-lo, posso forçá-lo a obedecer à minha vontade.
Autoridade é muito diferente de poder, já que ela envolve a habilidade de levar os outros a fazerem - de bom grado - sua vontade. Na visão de Weber, a definição de autoridade seria: "Farei isso por você".
Outra maneira de observar a diferença entre autoridade e poder é a seguinte: O poder pode ser comprado e vendido, dado e tirado. Ou seja: laços de parentesco ou amizade realmente conseguem colocar uma pessoa numa posição de poder, mas isso já não acontece com a autoridade - ela é a essência da pessoa, está ligada a seu caráter. (p.32).
James C. Hunter, Como se tornar um líder servidor: os princípios de liderança de O Monge e o Executivo. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.
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