“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.”
Maldade
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Luz
"É impossível se calar quando se sente, quando se tem a convicção absoluta de que se poderia ajudar a fazer luz."
Fiódor Dostoiévski (1821-1881). Crime e Castigo (1866)
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Liderança
"Quando um líder toma a decisão de colocar a segurança e as vidas das
pessoas de dentro da organização em primeiro lugar, de sacrificar os
resultados tangíveis para que as pessoas permaneçam, sintam-se seguras e
parte do grupo, coisas extraordinárias acontecem. [...]. Grandes
líderes jamais sacrificariam as pessoas para salvar os números. Eles
sacrificariam os números para salvar as pessoas."
Mortos
"Falar
alto no escuro é também uma das grandes violências, é grave, é
desrespeitar a natureza das coisas. Por isso dos mortos nada escutamos
porque morrer é a terra cobrir os corpos, e é denso, um escuro
permanente, sólido, como uma construção negra, mas sem matéria. Não os
ouvimos."
Gonçalo M. Tavares (1970-). água, cão, cavalo, cabeça. Editorial Caminho, 2007, p. 54
Rebanhos
“Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?
Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?
Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?
Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.
Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira.
E a mentira está em ti.”
Fernando Pessoa (1888-1935) do poema “O Guardador de Rebanhos” (1914)
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.
Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira.
E a mentira está em ti.”
Fernando Pessoa (1888-1935) do poema “O Guardador de Rebanhos” (1914)
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Depressão espiritual
"Você tem uma classe inteira de rapazes e moças fortes e sólidos, e
eles querem dar suas vidas para alguma coisa. A publicidade faz com que
eles corram atrás de carros e roupas que eles não precisam. Eles
trabalham em profissões que odeiam, por gerações inteiras, unicamente
para poder comprar aquilo que eles verdadeiramente não precisam.
Nós não temos uma grande guerra na nossa geração, nem uma grande
depressão, mas sim, no entanto, nós temos uma grande guerra do espírito.
Nós temos uma grande revolução contra a
cultura. A grande depressão, são nossas existências. Nós temos uma
grande depressão espiritual."
Chuck Palahniuk (1962-). Fight Club (1996). Paris: Gallimard, 1999, p. 214-215
["Tu as une classe entière de jeunes hommes et femmes forts et solides,
et ils veulent donner leur vie pour quelque chose. La publicité les
fait tous courir après des voitures et des vêtements dont ils n'ont pas
besoin. Ils travaillent dans des métiers qu'ils haïssent, par
générations entières, uniquement pour pouvoir acheter ce dont ils n'ont
pas vraiment besoin.
Nous n'avons pas de grande guerre dans
notre génération, ni de grande dépression, mais si, pourtant, nous avons
bien une grande guerre de l'esprit. Nous avons une grande révolution
contre la culture. La grande dépression, c'est nos existences. Nous
avons une grande dépression spirituelle."]
Filósofos
"Tenho lido os filósofos. São uns caras realmente estranhos,
engraçados e loucos. Jogadores. Descartes veio e disse: é pura bobagem o
que esses caras estão falando. Disse que a matemática era o modelo da
verdade absoluta e óbvia. Mecanismo. Então, Hume veio com seu ataque à
validade do conhecimento científico causal. E depois veio Kierkegaard:
‘Enfio meu dedo na existência – não tem cheiro de nada. Onde estou?’. E
depois veio Sartre, que sustentava que a existência é absurda.
Adoro esses caras. Embalam o mundo. Será que tinham dor de cabeça por
pensar dessa forma? Será que uma torrente de escuridão rugia entre seus
dentes? Quando você pega homens como esses e os compara aos homens que
vejo caminhando nas ruas ou comendo em cafés ou aparecendo na tela da
TV, a diferença é tão grande que alguma coisa se contorce dentro de mim,
me chutando as tripas.”
Charles Bukowski (1920-1994). O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio
Morte em vida
"O
que é terrível não é a morte, mas as vidas que as pessoas levam ou não
levam até a sua morte. Não reverenciam suas próprias vidas, mijam em
suas vidas. As pessoas as cagam. Idiotas fodidos. Concentram-se demais
em foder, cinema, dinheiro, família, foder. Suas mentes estão cheias de
algodão. Engolem Deus sem pensar, engolem o país sem pensar. Esquecem
logo como pensar, deixam que os outros pensem por elas. Seus cérebros
estão entupidos de algodão. São feios, falam feio, caminham feio.Toque
para elas a maior música de todos os tempos e elas não conseguem
ouvi-la. A maioria das mortes das pessoas é uma empulhação. Não sobra
nada para morrer."
Charles Bukowski (1920-1994). O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio
Perda de talentos
"...você
não mantém as ótimas pessoas em ambientes de trabalho onde a realização
individual é desencorajada ao invés de encorajada. As ótimas pessoas
saem e você acaba com a mediocridade. [...]
Meu modelo de negócio
são os Beatles. Eles equilibravam um ao outro, e o total era maior do
que a soma das partes. É como eu vejo os negócios: grandes coisas em
termos de negócios nunca são feitas por uma pessoa. São feitas por uma
equipe de pessoas".
Steve Jobs (1955-2011)
As crianças da história
"Nós, as pessoas que vocês tentam pisotear, nós somos todos aqueles
de quem vocês dependem. Nós somos os que lavam suas roupas, preparam sua
comida, lhes servem o jantar. Nós arrumamos sua cama. Nós cuidamos de
vocês enquanto vocês dormem. Nós dirigimos as ambulâncias. Nós lhes
passamos suas ligações ao telefone. Nós somos cozinheiros e motoristas
de táxi, e sabemos tudo sobre vocês. Nós cuidamos dos seus pedidos de
indenização às seguradoras e dos seus pagamentos com cartão de crédito. (...)
Nós somos as crianças da história, entre mais velhos e caçulas, criados
pela televisão na convicção de que um dia seremos milionários, vedetes
de cinema, estrelas de rock, mas isso nunca vai acontecer. E nós
simplesmente estamos aprendendo esse pequeno fato, diz Tyler. Então não
brinquem com a gente."
Chuck Palahniuk (1962-). Fight Club (1996). Paris: Gallimard, 1999, p. 235-6
["Nous, les gens que vous essayez de piétiner, nous sommes tous ceux
dont vous dépendez. Nous sommes ceux-là même qui vous blanchissent votre
linge, vous préparent votre nourriture, vous servent à dîner. Nous
faisons votre lit. Nous veillons sur vous pendant que vous dormez. Nous
conduisons les ambulances. Nous vous donnons vos correspondants au
téléphone. Nous sommes cuisiniers et chauffeurs de taxi, et nous savons
tout de vous. Nous traitons vos demandes d'indemnisation d'assurance et
vos paiements par carte de crédit. (...)
Nous sommes les enfants
de l'histoire, entre aînés et cadets, élevés par la télévision dans la
conviction qu'un jour nous serons millionnaires, vedettes de cinéma,
stars du rock, mais cela ne se fera pas. Et nous sommes simplement en
train d'apprendre ce petit fait, dit Tyler. Alors ne déconnez pas avec
nous."]
Eu era perfeito demais
"Eu estava cansado, eu estava doido, eu estava sempre sob pressão, e
cada vez que eu entrava num avião eu queria vê-lo se espatifar. Eu tinha
inveja das pessoas que morriam de câncer. Eu odiava a minha vida. Eu
estava cansado a ponto de morrer de tédio por causa do meu emprego e da
minha mobília, e eu não conseguia encontrar uma maneira de mudar as
coisas.
Simplesmente como colocar um fim nisso.
Eu me sentia preso numa armadilha.
Eu era completo demais.
Eu era perfeito demais."
Chuck Palahniuk (1962-). Fight Club (1996). Paris: Gallimard, 1999, p. 245
["J'étais fatigué, j'étais dingue, j'étais toujours sous pression, et
chaque fois que je montais à bord d'un avion, je voulais voir l'avion
s'écraser. J'enviais les gens qui se mouraient du cancer. Je haïssais la
vie qui était la mienne. J'étais fatigué à en mourrir d'ennui par mon
boulot et mon mobilier, et je ne parvenais pas à voir la manière de
changer les choses.
Simplement comment y mettre un terme.
Je me sentais pris au piège.
J'étais trop complet.
J'étais trop parfait."]
Educação na Finlândia
“...eu esperava encontrar muita tecnologia, e não é bem assim. Tem o
básico, um retroprojetor, iPad em algumas aulas. O importante, no
entanto, não é isso.
É o ensino conectado com a realidade, é a
aprendizagem ser significativa. Uma turma que acompanhei foi visitar um
balé. Aprendeu conceitos de física como inércia e movimento com os
passos de dança, vendo a bailarina rodar no próprio eixo. O professor de
artes falou do contexto do espetáculo e o de história, do enredo. [...]
Fiquei na Finlândia dois meses, e, logo nos primeiros dias, me chamou
muito a atenção o fato de o aluno ser prioridade total no processo, pois
é ele próprio quem conduz e gerencia sua aprendizagem. Eles valorizam
menos conteúdos ligados ao programa e mais o acompanhamento de como cada
criança ou adolescente vai identificar e desenvolver suas competências.
Desde muito cedo, são observadas as necessidades e deficiências de cada
aluno e elaborados planos individuais de estudos. Assim, todos têm o
suporte necessário para superar possíveis dificuldades. Esse apoio vem
do professor e de uma equipe formada por especialistas da escola que
orienta os estudantes para que eles se tornem autônomos, motivados e
confiantes.”
Matéria BBC
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