Originalidade implica coragem
suficiente para transcender as normas geralmente aceitas. Algumas vezes isso
implica ser mal compreendido ou rejeitado pelos companheiros. Os que não
dependem excessivamente dos outros nem mantêm com eles vínculos excessivamente
estreitos acham mais fácil ignorar as convenções. As sociedades primitivas
acham difícil permitir decisões individuais ou a diversidade de opiniões.
Quando a manutenção da solidariedade do grupo é uma preocupação fundamental, a
originalidade talvez seja sufocada. Bruno Bettelheim estudou adolescentes
israelenses que haviam sido criados em kibbutzim. Descobriu que o elevado valor
atribuído ao compartilhamento dos sentimentos em grupo era hostil à
criatividade:
Acredito que considerem quase impossível ter opinião pessoal diferente da do grupo, ou se expressar através de trabalho literário criativo - não apenas por causa da repressão dos sentimentos, mas porque isso despedaçaria o ego. Se o ego da pessoa é um ego grupal, pôr um contra o outro é uma experiência destrutiva. E o ego pessoal sente-se excessivamente fraco para sobreviver quando seu aspecto mais forte, o ego grupal, é perdido.
Solidão: a conexão com o eu, Anthony Storr. São Paulo: Benvirá, 2011, p. 160.
Acredito que considerem quase impossível ter opinião pessoal diferente da do grupo, ou se expressar através de trabalho literário criativo - não apenas por causa da repressão dos sentimentos, mas porque isso despedaçaria o ego. Se o ego da pessoa é um ego grupal, pôr um contra o outro é uma experiência destrutiva. E o ego pessoal sente-se excessivamente fraco para sobreviver quando seu aspecto mais forte, o ego grupal, é perdido.
Solidão: a conexão com o eu, Anthony Storr. São Paulo: Benvirá, 2011, p. 160.
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